segunda-feira, 29 de março de 2010

Moradores de Formoso acreditam em parceria com Estado

Uma cidade pode ter infraestrutura e ser bem provida de recursos naturais, mas se não tiver o apoio do Estado não vai para frente. Esse foi o consenso geral dos participantes da audiência pública do Movimento Cresce Goiás (MCG), em Formoso. “A cidade é bem servida de água e energia, temos dois rios que nos abastecem, energia que vem das usinas e mineradoras, estamos perto da BR-153 e logo teremos a ferrovia Norte-Sul aqui do lado também, mas de nada adianta isso se o Estado não nos ajudar a trazer as empresas para cá”, disse o agricultor Uberlânio Belém de Almeida.

Mais de 100 pessoas se apertaram no pequeno auditório da Câmara Municipal e enfrentaram o calor – mesmo sendo à noite a audiência -, para debater soluções para o problema apontado por Uberlânio. “Nós viemos aqui para escutar a solução de vocês. A população está acostumada a ver os planos de governo sendo montados por técnicos dentro de gabinetes, sem que os eleitores colaborem. E o PR quer fazer diferente, quer montar o plano de governo a partir do que vocês sugerirem, porque é a população que sabe o que o Estado precisa para se desenvolver”, disse o vice-governador Ademir Menezes, um dos coordenadores do MCG.

O ex-prefeito de Santa Tereza de Goiás, Paulo Vieira da Costa (PTB), sugeriu que o Estado reduzisse os impostos por determinado período para empresas se instalarem em determinadas regiões, incentivando assim o desenvolvimento industrial de áreas atualmente mais pobres. Ademir ressaltou que, para isso, é preciso que cada município conheça bem seu potencial. “O empresário de uma grande indústria vai querer saber o que a cidade tem para oferecer antes de se instalar ali.”

O lavrador José Gomes da Silva comentou que os incentivos não devem ser dados apenas às empresas que vierem a se instalar na cidade, mas também aos pequenos agricultores e empresários que já vivem na região. “O pequeno agricultor precisa de assistência técnica e ajuda de recursos. A competição é grande e sozinho ele não dá conta”, disse.

O professor Antônio Carlos Pereira sugeriu então que o Estado ajudasse na criação de uma cooperativa para agregar valor ao que é produzido na região e de um frigorífico ou matadouro para que a carne vendida pelos pecuaristas de Formoso e cidades próximas pudesse ter um valor mais elevado. Uberlânio lembrou que atualmente a arroba do boi e da vaca está muito baixa e nem sempre é compensatório para o produtor trabalhar com isso.

O vice-governador – que morou em Formoso na infância – disse que conhece muito bem a realidade da população, sabe do potencial agropecuário da região e afirmou que as propostas sugeridas durante outras audiências do MCG, somadas as feitas na cidade, estão apontando para soluções simples e ágeis para o desenvolvimento do interior. Ele citou como exemplo a questão do incentivo diferenciado para atrair empresas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário