segunda-feira, 1 de março de 2010

Moradores cobram infra-estrutura para evitar decadência da cidade

Em Rubiataba, o auditório da Câmara Municipal ficou pequena para cerca de 100 pessoas que acompanharam a audiência do Movimento Cresce Goiás, na manhã de sábado, dia 27. A preocupação dos moradores presentes girou em torno da possibilidade de decadência da cidade caso não haja investimentos urgentes em infra-estrutura. Principalmente na recuperação e criação de rodovias e na formação de um distrito industrial com incentivos às pequenas empresas.
 
Fazendo coro às declarações do prefeito José Luiz Fernandes (PP), vereadores e representantes da sociedade civil organizada, falaram que a cidade cresceu nos últimos anos, se tornou o pólo daquela região e conta com instituição de ensino superior, hospital público e atividades industriais e empresariais diversas, como o setor sucroalcooleiro e moveleiro.
 
Mas sem estradas em boas condições e sem um distrito industrial, a cidade está perdendo espaço para os vizinhos. “É uma questão de logística. É mais vantajoso para uma empresa se instalar em Nova Glória, que fica mais perto da BR-153, do que aqui, que fica a 30 km. Por isso precisamos de uma boa infra-estrutura, para que Rubiataba deixe de ser uma cidade no meio para ser uma cidade de ponta”, disse o prefeito.
 
Vereadores pediram o asfaltamento da estrada que liga a cidade até Ceres e a criação de uma rodovia que os ligue até Mozarlândia. Além da recuperação das estradas já existentes. “Estrada em má condição não é ruim só para as indústrias, é para todos. É um perigo para os estudantes de outras cidades que vem estudar aqui. Eles acabam preferindo ir para outra cidade”, disse Zita Pires de Andrade, diretora do Cesur, instituto de ensino superior que oferece diversos cursos na cidade.
 
Ela dá outro exemplo que prejudicou Rubiataba ao falar do caso de Morro Agudo, ex-distrito da cidade, que ao se emancipar preferiu se aproximar de Nova América, porque a rodovia é melhor até lá. “Estamos perdendo espaço para outras cidades, mesmo aqui sendo uma cidade boa”, lamenta.
 
O secretário municipal de Governo e Planejamento, Gilson Luiz Vieira, comentou que Rubiataba já foi a capital moveleira do Estado, com 80 empresas no setor. “Hoje temos apenas 30. Por causa da falta de estrutura e de apoio do poder público estadual. Eu mesmo tive de fechar a minha empresa por isso.”
 
Já o secretário municipal de Indústria e Comércio, Jamel Khider, contou que uma empresa que estava em Goiânia procurou a Prefeitura de Rubiataba para se instalar ali, mas acabou preferindo outra cidade por causa dos incentivos maiores. “A gente ofereceu redução nos impostos, mas eles queriam também meio alqueire de área e ajuda na construção do galpão e a gente não tinha como dar isso.”
 
O vice-governador do Estado, Ademir Menezes, um dos coordenadores da caravana do MCG ao lado do presidente do PR em Goiás, o deputado federal Sandro Mabel, e do prefeito de Senador Canedo, Vanderlan Cardoso, ressaltou que Estado e Prefeitura devem atuar juntos para atrair as indústrias. “É fundamental que o município tenha um estudo, um levantamento que aponte qual seu potencial, em que áreas deve investir e o Estado então tem de dar o suporte para que a cidade possa investir nisso. Sozinho, o município não consegue fazer isso.” Para Ademir, é fundamental para o gestor estadual ter essa preocupação, com os ouvidos abertos para a população e de braços dados com as prefeituras.
 
A caravana do MCG foi alvo de diversos elogios durante a audiência. “Nunca vi isso antes, um partido vir até a população e deixar ela falar o que quiser. Mostra o amadurecimento do partido e que o pessoal do PR está disposto a fazer algo com base no que a população anseia e não algo que vem de cima pra baixo”, comentou Jamel Khedir.

Nenhum comentário:

Postar um comentário