sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

MCG em Pirenópolis: população pede emprego para jovens como forma de evitar as drogas

O clima “esquentou” em Pirenópolis, a 120 km de Goiânia, durante a audiência pública do Movimento Cresce Goiás (MCG), realizada na manhã de hoje. Moradores que participaram do evento aproveitaram a oportunidade de se manifestarem e cobraram com veemência por mais empregos na região, principalmente para as pessoas de famílias mais pobres.
 
O medo deles é que os jovens acabem se envolvendo com o tráfico de drogas, seja como usuários ou traficantes, já que – sem emprego – ficam sem perspectiva de uma vida melhor. De forma aflita, os participantes da audiência dizem que está cada vez mais rotineira e assustadora a presença do crack no cotidiano dos adolescentes da periferia da cidade.
 
A dona de casa Suelene Amorim Soares, 34 anos, foi uma das primeiras a pegar o microfone. Mãe de um rapaz de 17 anos e de uma menina de 12 anos, ela assiste impaciente a tristeza do filho aumentar cada dia sem conseguir um emprego. Ela também está desempregada.
 
“Minha sugestão é que todos os donos de comércio da cidade dessem uma chance a pelo menos um jovem pobre para que ele tenha seu primeiro emprego. Tem muito comerciante nesta cidade. O que acontece hoje é que o jovem não acha emprego, fica parado e acaba indo para as drogas”, disse.
 
Vanderlício Alves Pereira, diretor de fiscalização ambiental de Pirenópolis, também pegou o microfone para falar do avanço do crack na cidade e disse que a solução está na criação de novos empregos. Ele diz que além da falta de emprego, os jovens pobres sofrem com o preconceito. “Quem tem nome rico aqui consegue emprego, agora se não tem sobrenome ou alguém rico por trás, aí não consegue nada.”
 
O deputado federal e presidente do PR de Goiás Sandro Mabel, que coordena o MCG, diz que é preciso criar projetos que atraiam investimentos de empresas, sejam de Pirenópolis ou de fora da cidade. “Não importa quem investe, se vem de fora, se é grande ou pequena, mas tem de ter um projeto. Em Jesúpolis (cidade administrada pelo PR), a população é pequena, a cidade tem só 2 mil habitantes e nenhuma empresa grande se instalaria ali. Mas o prefeito Silvan (José Furtado da Silveira) conseguiu atrair várias pequenas empresas que criaram 100 empregos”, comentou.

Em Pirenópolis, a audiência destacou-se pela participação ativa dos populares presentes, que realmente debateram seus problemas com as autoridades. Sandro Mabel chegou a brincar que a audiência estava "pegando fogo" devido ao tom crítico da população. "O político tem de aprender a ouvir a população, pois é a população que sabe in loco quais são os problemas que precisam ser corrigidos", disse.

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